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Convite à "Gemeinsam für die Wiederherstellung der Wälder"no Bicentenário da Imigração Alemã

Mesmo com uma pitada de indígenas e negros, e uma colher de espanhóis e italianos na minha genética, a minha origem é de fato bastante alemã, é o que dizem os meus sobrenomes Diehl e Krob. Claro que esse caldo genético me torna genuinamente brasileiro me proporcionando uma condição complexa em vários sentidos e a necessidade de reconhecer, compreender e valorizar cada partezinha que me compõe.


Esse momento do bicentenário da colonização alemã no Rio Grande do Sul me traz à memória as conversas com meu avós e bisavós, tão ricas nos desafios que superaram e nos momentos felizes em família, mas também me traz a reflexão sobre os novos tempos que vivemos e a conexão com o passado. A sociedade gaúcha, inclusive a de origem alemã, se encontra sob grandes desafios de sustentabilidade que muito têm a ver com o que fizemos e continuamos em parte fazendo com algumas porções de nossas florestas.



A colonização alemã se deu especialmente sobre uma imensa e contínua mata que dominava mais da metade do Rio Grande do Sul. Localiza-se na grande parte dos municípios que receberam a colonização alemão e hoje sustentam essa cultura. Naquela época ninguém imaginaria que chegaríamos num momento em que as florestas seriam tão importantes, quando no passado era apenas um inimigo misterioso para os estrangeiros a ser derrubado para a implantação de lavouras. Hoje, nos faz imensa falta, tanto para proteger as áreas de preservação permanente, o solo, e consequentemente a quantidade e qualidade da água que chega nos rios, evitando as enchentes e a ajudando a capturar e armazenar os gases de efeito estufa gerados pelas atividades humanas que causam o aquecimento global e inúmeras catástrofes em todo o Planeta.


Assim como os imigrantes alemães deixaram às gerações de hoje um legado de histórias, conquistas, e uma cultura muito rica, também estão deixando a incerteza no futuro. O receio de que a viabilidade das próximas gerações e de seus descendentes está comprometida.


Ainda há tempo de abrirmos os olhos para essa realidade, que recentemente nos marcou pelas severas enchentes de 2023 e 2024, para assumirmos um movimento de recuperação das florestas das margens dos arroios, rios e lagos, das encostas, dos topos de morro e que podem garantir a recuperação e manutenção de nossa qualidade de vida.  Tomara que sejamos ágeis a ponto de evitar novas catástrofes, se soubermos como fazer a coisa certa.


Nesse bicentenário da colonização alemã, que se comemora de hoje, 25 de julho, até o final do ano de 2024, o Instituto Curicaca propõe como evento transversal a campanha "Gemeinsam für die Wiederherstellung der Wälder" (Juntos na Restauração das Florestas) e convida as instituições, associações, grupo sociais, governos municipais e estadual, empresas, consulado, financiadores e todas as pessoas que se identificam com as comemorações do bicentenário e com o desafio de enfrentarmos a Crise Climática e estarem conosco nessa caminhada.


Nos reuniremos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul em uma data e horário a ser combinada. Vai ser logo logo. Se tiver interesse em fazer parte desse movimento, mande um e-mail para wiederherstellung@curicaca.org.br


E se gostou mesmo da proposta, convide amigos, parceiros e venha planejar conosco uma restauração no estilo alemão, que sempre é acolhedor e festivo com todas e todos de qualquer etnia e cultura.


Alexandre José Diehl Krob

Coordenador Técnico e de Políticas Públicas

Instituto Curicaca 


1 Comment


Achei o texto muito interessante e realmente faz refletir sobre a importância da preservação ambiental e o legado dos imigrantes. É essencial que cada um de nós se envolva na proteção dos nossos recursos naturais.

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