O evento internacional das lagunas costeiras ocorreu em Mar Chiquita, na Argentina, promovido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e pela prefeitura municipal de Mar Chiquita. Reuniu instituições governamentais e não governamentais que atuam nas lagunas, corpo hídrico lêntico que recebe influência das águas salgadas marinhas e com ecossistemas únicos, de rica diversidade, complexa sociodiversidade e muita fragilidade.
Participaram técnicos, pesquisadores e gestores públicos da Venezuela, da Espanha, da Colômbia, do Peru, do México, da Argentina, do Uruguai e do Sul do Brasil, além de diversos integrantes do Conselho da Reserva de Biosfera de Mar Chiquita. O grupo decidiu pela regularidade de encontros e o próximo deverá ser no México, no Uruguai ou no Brasil (no caso do Brasil, organizado pelo Curicaca).
Foi elaborada a Carta de Las Albuferas, que apresenta objetivos, princípios e diretrizes de fundamento para a continuidade da iniciativa internacional, como a Rede Ibero-americana de Albuferas e a criação de um corredor ecológico das lagunas costeiras do Cone Sul focado em aves e outras espécies migratórias e no turismo de observação da natureza, proposta feita pelo Curicaca e muito bem recebida.
Para Alexandre Krob, coordenador técnico do Curicaca e um dos painelistas, as lagunas são áreas prioritárias para a mitigação e a adaptação climática. O cenário aponta para maior influência das águas salgadas com o aumento do nível do mar, assim como de enchentes e inundações, que, em junho de 2024, afetaram a Laguna dos Patos.
O corredor ecológico deve integrar, no Brasil, a Lagoa do Peixe, uma laguna artificial rica em aves, e a Laguna dos Patos; no Uruguai, as lagunas José Ignacio, Garzon e Rocha; e, na Argentina, a Laguna Mar Chiquita. O Instituto Curicaca fará a articulação da iniciativa com parceria do Departamento de Rocha (UY) e Prefeitura de Mar Chiquita (AR). Um primeiro plano de trabalho foi apresentado pela ONG no evento.
Letícia Bolzan, analista ambiental do Curicaca, destacou que, no Brasil, as duas lagunas fazem parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, que tem seu comitê estadual no Rio Grande do Sul presidido pelo Curicaca, também membro do Conselho Nacional.
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