Algumas instituições envolvidas no licenciamento da Pequena Central Hidrelétrica Perau de Janeiro, em Arvorezinha (RS), se reuniram no dia 18 de setembro para entender a situação atual do processo. Se licenciado, o empreendimento pode causar a extinção do sapinho-verde-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus admirabilis), espécie com distribuição restrita a 700 metros da margem do rio Forqueta.
Convocada pelo Instituto Curicaca, a reunião aconteceu na sede da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), e contou com a presença do presidente do órgão, Nilvo Silva. A ata da reunião realizada entre o empreendedor, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a FEPAM, o Ministério Público e o Curicaca, em maio, foi entregue ao presidente.
O documento explica as motivações e justificativas técnicas pelas quais essas instituições defendem que o licenciamento é inviável, entre elas a conservação do sapinho, que depende de poças formadas à beira do rio para se reproduzir. Com a alteração da vazão do rio pela construção da barragem, essas poças podem deixar de se formar. A FEPAM ainda não concluiu a análise da questão, mas o presidente lembrou que a Avaliação Integrada da Bacia do Taquari Antas já apontava a importância ambiental da região.
O posicionamento da FEPAM é importante para que seja dado prosseguimento a iniciativas propostas para a área, como a criação de uma Unidade de Conservação pública, atividades de educação ambiental e de melhorias no ecoturismo. Além do presidente da FEPAM, participaram da reunião o professor do Centro de Ecologia da UFRGS, Andreas Kindel, o coordenador do Laboratório de Herpetologia da UFRGS, Márcio Borges-Martins, a bióloga especialista na espécie, Michelle Abadie, o coordenador técnico do Curicaca, Alexandre Krob, e a representante do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Isabel Chiappetti.
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