O 7° Fórum Estadual de Cidadania dos Povos Indígenas que ocorreu de 19 a 22 de agosto, teve como tema principal “Terra e direitos indígenas”. Realizado pelo Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPI), o Fórum contou com a presença de representantes das tribos indígenas do Rio Grande do Sul, do poder público e de instituições não governamentais que dialogaram sobre terras, saúde, educação e meio ambiente.
A demarcação de terras indígenas no Rio Grande do Sul foi a pauta principal do terceiro dia de encontro no Fórum. O Instituto Curicaca, presidindo o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (CERBMA-RS), esteve presente e destacou que a participação dos povos indígenas nas reuniões do Comitê é fundamental para qualificar a discussão e encaminhamentos de assuntos que lhes afetam direta ou indiretamente. Desde 1997, quando foi criado o Comitê no Rio Grande do Sul, os indígenas integram o colegiado por meio de indicação do CEPI e desde então a representação de titularidade e suplência é feita por uma Guarani e um Kaingang.
Representantes das quatro etnias presentes no Rio Grande do Sul - Guarani, Kaingang, Charrua e Xokleng - entregaram um documento de reivindicações ao secretário da Justiça e dos Direitos Humanos do Estado, Fabiano Pereira, destacando o direito à terra como prioridade. Na apresentação de suas reivindicações, feitas durante a manhã do terceiro dia do encontro, foram recorrentes as reclamações sobre as políticas governamentais para com os povos indígenas e denúncias indignadas dos conflitos que vêm acontecendo em diversos estados do Brasil, com agressões e morte de indígenas.
No momento em que a discussão centrou-se no meio ambiente e na Mata Atlântica, algumas lideranças indígenas fizeram questão de enfatizar que as florestas são vitais para a sua sobrevivência. Para muito além do que fonte de alimentos, água e medicamentos, a relação com as florestas é espiritual, ou seja, existencial. Perguntado sobre o que os ambientalistas pensam da questão de interação entre os indígenas e as Unidades de Conservação, o coordenador do Curicaca esclareceu: “Assim como no Rio Grande do Sul existem quatro povos indígenas, há diferentes povos de ambientalistas. Posso falar pelo Instituto Curicaca, que considera possível e vantajoso construir e aperfeiçoar as formas de coexistência e co-gestão”.
Os coordenadores, José Cirilo Pires Morinico, Ângela de Moura e Antônio Tomás Pereira que representaram as três etnias de índios que vivem no Rio Grande do Sul, fizeram parte da mesa de encerramento do Fórum e destacaram a necessidade de respeito aos indígenas, atendimento do governo em relação à demanda dos povos e resistência dos indígenas em defesa de suas terras e de suas etnias para que não sejam extintas.
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