Nota de repúdio à divulgação midiática de vídeo que incita a caça reativa à última onça-pintada do Rio Grande do Sul
- institutocuricaca
- 21 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Conservacionistas e pesquisadores da onça-pintada na América do Sul, perplexos com o ocorrido, repudiaram o uso midiático de um registro do felino caçando um possível cachorro no Parque Estadual do Turvo. O ato é uma motivação ao conflito e à retaliação por moradores locais.

O vídeo veio de uma armadilha fotográfica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura instalada pela gestão da área protegida. A divulgação iniciou num grupo de WhatsApp, passou pelo Facebook do Parque e seguiu sendo distribuído para diversos jornais e páginas de redes sociais na última quinta-feira.
Segundo a diretora do Departamento de Biodiversidade da Sema-RS, Cátia Gonçalves, para a qual o coordenador técnico do Instituto Curicaca manifestou preocupação, “a divulgação não foi autorizada pelas instâncias superiores e também preocupa”.
É senso comum de quem atua com a conservação de grandes felinos que onças, pumas, tigres, leopardos e leões sofrem “caça reativa” ao serem flagrados predando animais domésticos. Por isso, são cada vez maiores as ações pela coexistência entre humanos e estes animais silvestres minimizando conflitos.
Na década de 80, uma onça-pintada do Parque do Turvo foi perseguida e morta por atacar cão doméstico, motivo óbvio para tratar o registro atual com sigilo. Uma lição não aprendida!
Em 2023 alguns moradores levantaram boatos que o Yaboti havia caçado um cachorro. Sem provas e no surgimento de outro motivos à morte do cão, à época alertamos a gestão do Parque para não dar vazão aos boatos evitando a revolta injusta contra o felino. De nada adiantou!
Sendo realistas, os dias estão contados para a última onça-pintada do RS, temem aqueles que nos últimos anos se dedicam a sua proteção. No GAIA vamos procurar reforços policiais para a área. Da Sema-RS, agora que a fragilidade na proteção do Yaboti chegou aos olhos da Secretária de Meio Ambiente e das diretorias, esperamos providências; ações imediatas para evitar a extinção desse animal, um ícone e patrimônio da biodiversidade do Estado e um dos pilares do turismo no Parque do Turvo.
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